TAREFA >> 8. Leia «Sondagens».

SONDAGENS

Como já leu anteriormente neste capítulo, é importante usar a realidade nas Relações Públicas e conhecer o nível de realidade do público a que nos estamos a dirigir.

As sondagens conseguem isto. 

Na terminologia de Relações Públicas, «sondagem» significa examinar cuidadosamente a opinião pública no que respeita a uma ideia, um produto, um aspecto da vida, ou qualquer outro assunto. Examinando em detalhe (sondagem pessoa a pessoa) pode-se chegar a uma ideia completa da opinião pública sobre um assunto, pondo em forma tabular a percentagem mais alta de reacção popular. 

Mas o que é que isto significa para um indivíduo que está por sua conta? Certamente ele não pode precipitar-se em busca de contratar peritos em sondagens numa companhia de pesquisas de modo a obter a opinião da vizinhança para onde acaba de se mudar, ou o que os alunos pensam nas aulas, ou o que pensam os seus colegas no emprego acerca do seu projecto. 

A verdade é que uma pessoa pode efectuar as suas próprias sondagens muito facilmente. 

Uma sondagem é feita para descobrir quais os botões que um grupo tem. Ao efectuar uma sondagem, a palavra botão quer dizer o assunto ou frase ou o conceito que comunica a realidade de um público específico. É alguma coisa que é real para a maioria das pessoas desse grupo e que pode ser usado para obter uma resposta e obter acordo. O termo vem da expressão dos inícios do século XX, «carregar no botão» que significa, em sentido figurativo, «desempenhar uma acção que automaticamente ocasiona as circunstâncias requeridas». Nas Relações Públicas as circunstâncias que uma pessoa quer é o acordo e a cooperação com as acções da pessoa.

Numa sondagem, questionamos as pessoas para obter a sua opinião sobre alguma coisa. O botão é o dado primário que obténs desta acção. É a resposta mais vezes dada à pergunta da tua sondagem. É o que vai conseguir concordância e respostas. 

As sondagens também podem ser planeadas para revelar o que as pessoas detestam. 

Com um conhecimento da realidade de um dado público, obtida através das sondagens, abrimos a porta para informá-los das ideias que uma pessoa quer que eles aceitem – por outras palavras conseguimos fazer passar a sua mensagem.

A mensagem é a comunicação, o pensamento, o significado que queres que chegue a uma audiência ou público.

Um botão é o que é usado para se obter a concordância do público em ouvir a mensagem.

Uma mensagem e um botão não são a mesma coisa.

Ao fazer uma sondagem e ao encontrar o botão certo, pode então usar-se esse botão para conseguir a concordância das pessoas e desse modo obter resposta. 

Fazer uma sondagem adequada e depois usar os resultados eficazmente exige a compreensão do propósito das sondagens, de ARC e do triângulo ARC. Exige a compreensão do que é realidade. 

Usa-se o triângulo ARC inicialmente na condução da sondagem e, a seguir a isso, aplica-se o triângulo ARC ao utilizar os resultados da sondagem. 

É assim: Comunicamos com um público ou uma audiência (através de um sondagem) com afinidade para descobrir a realidade dessa audiência. Realidade é acordo acerca do que é. A razão porque se faz um sondagem é para descobrir com o que é que esse público ou audiência concordará. 

Aproximamo-nos depois do público com essa realidade com uma peça promocional ou outra comunicação para obter a concordância do público em ouvir a mensagem. E assim se eleva a afinidade do público em relação ao artigo que se está a promover.

É assim tão simples. Mas será apenas simples para a pessoa que compreende o triângulo ARC. Sem realidade ou algum acordo, a comunicação não chegará e a afinidade estará ausente. 

As sondagens são, então, feitas para obter acordo. As sondagens não são feitas por algum outro motivo qualquer. São feitas para estabelecer concordância com a audiência. 

Perguntas a dez ou mil pessoas o que é que elas desejariam ou esperariam de um pneu de automóvel e sete, ou setecentas, responder-te-iam «durabilidade». Esse é o botão. Essa é a realidade, o ponto de concordância entre esse público quanto a pneus de automóvel. Usas pois esse botão com esse público e terás estabelecido realidade; obtiveste concordância e então eles vão ouvir o que tens a dizer sobre pneus de automóvel.

EXEMPLO DE SONDAGEM

Eis aqui um exemplo de uma sondagem real. Um grupo de Scientologists na África do Sul estava interessado na melhor maneira de chegar às crianças nas cidades rurais do interior com um programa educacional usando a Tecnologia de Estudo de Scientology. Para conseguir isto, precisavam de primeiro de determinar o que as crianças consideravam as maiores barreiras que tinham de enfrentar. 

As perguntas feitas e as respostas principais com as respectivas percentagens foram: 

1. Com quem é que te aconselhas ?

73% Os pais
13% O irmão ou a irmã
5% Professor

2. O que é sentes que é o maior problema no mundo de hoje ? 

50% Violência, guerra
15% Nada, sem problemas
10% A educação

3. O que é que poderia ser feito para mudar isso ?
23% Parar isso
15% Nada, nenhum problema
10% Educação

4. O que é que gostarias mais de mudar na tua vida?
25% A violência, o ódio
18% A situação actual, tudo
15% A educação

5. O que é que na tua vida corre melhor?
33% A educação
30% Nada
15% Tudo

6. Que coisa na tua vida esperas mais?
58% A escola, educação
10% Não sei
10% Tudo, qualquer coisa

Os botões têm o seu uso, mas não estamos tão interessados neles como estamos na mensagem. A mensagem é a verdadeira essência de qualquer peça promocional ou comunicação de relações públicas. Os botões são apenas o lubrificante que usamos para conseguir fazer chegar a mensagem. 

Uma sondagem como o exemplo apresentado seria de grande uso para chegar às crianças com ferramentas, através das quais elas possam aprender e receber uma educação significativa. 

Os botões encontrados a partir da sondagem são: 

Os pais – estas crianças ouvem os seus pais. 

A violência e a guerra – isto surgiu como o seu maior problema e aquilo que mais gostariam de mudar. 

A educação e a escola era a parte das suas vidas de que mais esperavam. 

Tendo conduzido tal sondagem, os resultados podiam ser usados por este grupo para tornar o seu programa melhor aceite e conhecido. A sua mensagem básica é que existem métodos funcionais de educação que os ajudarão. Usando os resultados desta sondagem poderiam declarar a sua mensagem de maneira a que fosse melhor aceite. Poderiam dizer, por exemplo, «A educação é a solução para a violência e para uma vida melhor para você, e o nosso programa vai ajudá-los a obter uma educação valiosa». 

Como Conduzir uma Sondagem

As acções que a sondagem envolve são simples e poucas. A primeira coisa que você faz é determinar as perguntas que vai fazer ao público para descobrir o que é desejado e necessário, popular ou não popular, ou o que quer que seja. 

Depois de estabelecer as perguntas, elas são impressas ou escritas em papel simples ao qual o entrevistador se refere. Se se estivesse a fazer uma sondagem numa cidade onde se entrevista um grande número de pessoas, os formulários de sondagem talvez fossem mais práticos. Contudo, para a maioria das sondagens não é preciso mais do que um porta-papéis com mola, com muito papel em branco e várias esferográficas (para o caso de faltar a tinta no meio da sondagem e causar interrupção). A página com as perguntas é colocada em cima do molho de folhas e atirada para trás enquanto se tomam as notas da entrevista. 

Para começar uma entrevista, você aborda simplesmente uma pessoa e, de forma amigável, apresenta-se (quando se tratar de um estranho) e pede-lhe licença para a entrevistar. Se ela pedir mais informação sobre a sondagem ou porque é que está a ser feita, você dá-lha e a entrevista começa. 

Faz a primeira pergunta à pessoa, atira a página das perguntas para trás e anota a resposta. Não deixes de dar às respostas os números que correspondem às perguntas que estás a fazer. Não é necessário escrever todas as palavras à medida que a pessoa vai falando, mas fica com os pontos mais importantes. Descobrirás, depois de praticares a fazer sondagens, que consegues escrever quase tudo. 

Depois de a pessoa ter respondido à primeira pergunta, agradeça-lhe e passe à pergunta seguinte. 

No final da sondagem, agradeça à pessoa. A pessoa irá muito provavelmente agradecer-lhe nesta altura, já que as pessoas adoram que lhes perguntem a sua opinião sobre coisas. E ter outra pessoa a ouvi-la atentamente é uma experiência rara e valiosa para muitos. 

Depois, passa à pessoa seguinte e repete o mesmo procedimento. Isto é tudo quanto à acção maquinal de entrevistar. 

Pôr a Sondagem em Forma Tabular

Uma vez que a sondagem está feita, as respostas têm de ser ordenadas numa tabela de forma a serem utilizadas.

O termo «pôr em forma tabular» é definido como, «colocar (factos, estatísticas, etc.) numa tabela ou colunas; organizar sistematicamente».

Ao pôr as respostas à sondagem numa forma tabular, está a ordenar a informação reunida sistematicamente de maneira a permitir a análise desses resultados. A definição de «análise» poderá ser declarada como «examinar em detalhe para determinar a natureza ou as tendências de». 

O formato mais usado comummente para a tabulação das sondagens é listar cada pergunta, com as categorias das respostas e as suas percentagens dispostas da percentagem mais alta para a mais baixa sob cada pergunta. 

Para conseguir Relações Públicas que sejam eficazes e que comuniquem a mensagem e tornem as boas obras da pessoa bem conhecidas, é essencial que se conheça o que os seus públicos querem ou irão aceitar, aquilo com que irão concordar e aquilo em que irão acreditar. 

As sondagens, então, fornecem à pessoa a realidade do seu público. Sem elas, é como avançar às cegas numa forma de acertar-ou-falhar que não conseguirá levá-la muito longe. 

PROCEDIMENTO DE TABULAÇÃO

1. Conta todas as sondagens.

2.Estabeleça várias categorias de respostas para cada pergunta, fazendo uma lista das respostas resumidas mas adequadas à medida que vai percorrendo as sondagens.

3.Assim que as categorias tenham sido estabelecidas, será capaz de fazer apenas um traço oblíquo ao lado de cada categoria apropriada, significando o traço oblíquo mais uma resposta de natureza semelhante.

4.Assim que todas as respostas tenham sido posto na forma tabular, some as respostas dadas para uma determinada categoria de resposta.

5.Calcule a percentagem para cada categoria sob cada pergunta. Isto faz-se dividindo o número de sondagens e multiplicando por 100. Digamos que obteve 1.500 respostas de natureza semelhante a uma pergunta e que o seu número total de sondagens é de 2.500.

1500 ÷ 2500 = 0,6 x 100 = 60

Isto significa que 60 por cento deram esse tipo de resposta semelhante.

6. O único erro que pode fazer é não se dar conta da semelhança das respostas, e por isso ter uma grande diversidade de categorias.

Faz–se uma sondagem para provocar resposta e concordância.

O acordo é obtido descobrindo e depois usando o botão correcto.

Com a realidade estabelecida podemos comunicar um plano. . .

. . . que irá conseguir a aceitação e a cooperação.

tirar, provocar ou produzir algo como uma reacção ou resposta.